quinta-feira, março 31, 2005
quarta-feira, março 30, 2005

Danheller
terra
mãe de tudo o que nasce verdadeiro
encontrei-o eu
mas foste ainda tu quem o viu nascer
crescer
e possessiva: quem o levou primeiro
aquele meu único poema a sangue feito
sem palavra
escrita ou dita por inexistente ser
aquele meu amor!
terça-feira, março 29, 2005
segunda-feira, março 28, 2005
by karri
ressuscitou?
não sei. não vi como Tomé não viu.
sei que despertei e era manhã
mais luminosa que outra que já visse
manhã primordial!
ressuscitou?
vamos dizer que sim, porque era bom
corajoso amante do natural
da verdade do belo
da paz e das mulheres
como dos homens e dos animais.
ressuscitou?
claro que sim.
que lugar tinha na terra um homem como ele?
quarta-feira, março 23, 2005
terça-feira, março 22, 2005

em
e quando o dia vai a meio
canso
tenho memórias de origens
no ar
urge um nenúfar fresco
manso
para bem junto à água
descansar
mas há aquela orquídea
subo
não poiso bebo sôfrega
de novo
parto para outro rumo
e mel cai
do meu canto leve leve
de semente
nasci para fertilizar?
segunda-feira, março 21, 2005
é primavera

in
meu único poema: "sabe melhor o beijo desta flor. "
será esta a verdadeira festa universal do amor
ou só o hino que a natureza entorna em meu redor?

in
sexta-feira, março 18, 2005
quinta-feira, março 17, 2005


Yasumasa Hayashi
e à noite quando tento dormir e sei os predadores
à solta em meu redor
é que o amarelo das flores serve de vela acesa
e me alumia
fecho os olhos e então descanso as leves asas
até nascer o dia
quarta-feira, março 16, 2005
eu rio

quero ser rio
rio da minha própria floresta
rio de mim
separar o emaranhado de ramos
que no topo encobriam já o sol
quero ser rio
a separar amores de desamores
rio de regar fertilizar
não de deixar nas margens rastos
do lixo de cidades interiores
eu não sou da cidade
nunca fui nem serei
tantos mal entendidos a matar o amor!
não tenho tempo tenho de correr
tenho mesmo de ser rio
de águas fortes o rio de sempre
o rio que suportou tantos degelos
tantas secas infindáveis e duras
quero ser rio
afinal quero mesmo só
voltar a ser.
terça-feira, março 15, 2005
abraço-me
esquecida de mim
abraço o inferno
não tenho caminho
não tenho morada
nem país nem paz
nada apenas nada
abraço o inferno
tão bem conhecido
ponho água do mar
nas feridas abertas
é deus que não quer
dar-me as horas certas
ri-se às gargalhadas
relógio na mão
"compra um!" diz ele
e mal por mal eu:
abraço o inferno
que já era meu.
segunda-feira, março 14, 2005
sexta-feira, março 11, 2005
o branco que ninguém imaginou

queria ser a pedra que o contempla
de lá do tempo da sua eternidade.
enfim achei o sítio que me serve
estou tão cansada.
dispo a minha história.
só quero beber água e não ouvir ninguém.

Nude in a Forest Landscape